A morte...
Há duas semanas passei por um momento muito difícil. Posso ter ilustrado aqui a morte com a personagem do Maurício de Sousa, mas é só para quebrar o clima horrível que é se falar disso.
Quatorze de setembro. Chegava em casa às 22h30. Eu tinha que dormir, ia ter avaliação no outro dia. Já na cama, percebi que meus pais ouviam um recado na secretária eletrônica. Não dei importância, "amanhã eu ouço". E fui dormir.
Dia seguinte, quinze de setembro. Acordo, tomo banho e vou à secretária para ouvir o recado, mais ou menos assim:
"Tia Vera [minha mãe], tô ligando pra avisar que morreu a filha do Paulo, a Cláudia." (Paulo é primo da minha mãe.)
Mas que merda! Eu não conseguia acreditar no que acabara de ouvir... A voz era da minha prima Juliana. Não consegui aceitar: uma das pirmas que eu mais estimava, a Cláudia acima citada, acabara de morrer... E não aceitava...
Depois do susto, o choro. Eu chorava por dentro, existia agora um vácuo por tal perda. Lastimável. fui assim pra faculdade, trêmulo e atarantado. Desabafei. Foi quando chegou um amigo e me disse que certas coisas acontecem por que têm que acontecer. Pois é, só Deus sabe o que faz...
Esse fato me fez pensar por que abominamos a morte. Sabemos que ela é a única certeza da vida. Sabemos que ela faz parte da vida. Sabemos que elá virá, mais cedo ou mais tarde... Então, por que ainda queremos nos distanciar dela se ela mais hora menos hora nos alcança? "A morte é limpa. Cruel mas limpa.", diria Henriqueta Lisboa.
Fico ainda meio constrangido em falar de morte. E quem não fica? Quem não passa cagaço quando alguém próximo se acidenta feio? Já aconteceu comigo. Quem é que não passa cagaço ao ver a vida passar diante dos olhos? Já aconteceu comigo. Duvido que você nunca passou por pelo menos uma dessas situações.
Nós temos uma visão muito negativa da morte. Em vez de sentir o medo dela chegar, que tal aproveitarmos cada instante que temos aqui? Vamos aprender a viver, a morte é conseqüencia natural da vida. Vamos viver, pois cada momento é efêmero, passageiro.
Por isso, carpe diem.
Na morte nos encontraremos.
Sim, na morte.
Tempo de consórcio e vínculo.
(...)
Sem palavras ne sentimentos.
Com simplicidade suprema.
Na morte, Henriqueta Lisboa,
in Flor da Morte.
1 Comments:
Ótimo.
Suspende o juízo.
Se há coisas que vão além do nosso entendimento, para quê se atormentar com elas.
Deixa que as coisas sigam seu curso natural, mesmo que não pareça.
Abraço
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