6.5.06

LUTO

Venho aqui comunicar a minha solidariedade para com a família de N. S. P. Essa minha amiga, recentemente, perdeu seu irmão mais novo, algo que ela tinha como uma jóia, uma preciosidade.

Uma perda irreparável.

Hoje, 06 de maio, é a missa de sétimo dia. Ficam registradas aqui minhas sinceras condolências, N. Também dá vontade de chorar.


Não enterres, coveiro, o meu Passado,
Tem pena dessas cinzas que ficaram;
Eu vivo d'essas crenças que passaram
E quero tê-las sempre ao meu lado!

Não, não quero o meu sonho sepultado
No cemitério da Desilusão
Que não se enterra assim sem compaixão
Os escombros benditos de um Passado!

Ai! Não me arranques d'alma este conforto!
-- Quero abraçar o meu Passado morto,
-- Dizer adeus aos meus sonhos perdidos!

Deixa ao menos que eu suba à Eternidade
Velado pelo círio da Saudade,
Ao dobre funeral dos tempos idos!
(Augusto dos Anjos, Tempos Idos)

Eu, eu mesmo.

Pois é. Quem disse que eu sumi, preparei um reorno triunfal. Estou de volta, revival ou não, mas estou de volta, e acredito que será melhor que antes.

Até que enfim pude enxergar meu potencial. Quero dar um basta na minha autocrítica exacerbada. Ah, qualé! Eu também sou bom (foda, também) e não me atinava para isso?

De volta à atividade. E muchas gracias a todos que me ajudam e me ajudaram de alguma forma, seja me apoiando, seja me recriminando, seja me rejeitando.

Nem Cristo foi querido por todos. Então, foda-se!

E carpe diem.

29.4.06

Ensaio de ensejo

Escrito enquanto eu ouvia Led Zeppelin (álbum Remasters).

Sim, acho que seria um tanto quanto complicado tentar expor tudo aquilo que se sente. É óbvio que nunca estamos realmente certos daquilo que dizer – e tudo torna-se uma incomunicação tremenda.


Queria sair um pouco dessa pieguice de querer falar "ah, quem dera eu se...". Mas, velho, é foda você sair de um mundo que te cerca desde que você nasceu. Por mais que eu não queira, eu acabo sendo o alvo fixo de mim mesmo.

Mas, voltando à vaca fria. Há sempre uma falha na comunicação quando quero simplesmente expressar meus sentimentos. Sinto que confundo bastante as coisas. Tento dar à entender que não é bem isso, mas... Já era.

E se isso envolve algo mais profundo...

Bom, o negócio é que estou deveras enrolado. Não quero deixar isso para depois, o que pode retardar ainda mais todo um processo.

Não começou de agora. Nem se apagará facilmente. Permanece, por enquanto, marcado.
"Te ver é uma necessidade."

Não tem como eu não dizer – e não perceber – que eu gosto de você. Mas bem sei que ainda há mágoas ressentidas de outras épocas, quiçá apagadas. Queira eu poder suprimir tudo de ruim que você já passou porque, apesar de tudo, posso ser uma nova chance. Ou não?

Dê-me uma chance, apenas. Digo isso porque ficaria insustentável para mim de querer dizer isso mais tarde. (PQP, por que todo canceriano é tímido? Qué mierda!) Sou acanhado, envergonhado, e sei que se eu protelasse, jamais teria a coragem que estou tendo agora. Apesar de extremamente nervoso.

Entonces, ¿qué puedes decirme? ¿Sobró explicacion? ¿Faltó explicacion?

Por mais que eu esteja parecendo grogue e confuso, estou no meu juízo o mais perfeito possível, principalmente porque jamais ousaria brincar com uma coisa tão séria dessa.
...
Sem mais palavras, me despeço, pensando que me fui entendido.

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Observação: a trilha sonora foi que me ajudou a escrever isso daqui. Será que me ajudará na vida real?

9.4.06

Monopólio espiritual.

É isso mesmo. Pode parecer palhaçada, mas o que vou explanar aqui é ´serio.

Parece que as religiões, em si, querem monopolizar Deus. "Só há Deus aqui!", dizem umas. E isso me irrita. Irrita porque acredito que Deus jamais se subordina a vontade alheia humana de ser delimitado e"engaiolado" num círculo social fechado ao qual denominamos igreja(s).

Coitado do padre Pinto, aquele padre que fez uma espécie de sincretismo religioso na paróquia que "comandava". Numa festa de Dia de Reis, quis fazer missas baseadas em rituais indígenas, portugueses e negros. Por se tratar de um padre, um sacerdote subordinado à Igreja Católica Apostólica Romana, talvez esteja ele errado, segundo essa instituição, de tentar tal mistura. Segundo a Igreja Católica, o padre está errado. Segundo a concepção de seus paroquianos, não: e eu, de certa forma, concordo com estes porque não existe mais no Brasil uma coisa pura, de essência definida. Somos, ao mesmo tempo, pretos, pardos e brancos. Somos, portanto, católicos, protestantes, espiritualistas, devido à influência de muitos povos.

Não sei se estou certo, mas ter uma religião definida possa significar segregacionismo. Passamos a olhar o outro não como Jesus Cristo olhava aos seus fiéis, mas como se fôssemos Pilatos lavando as mãos pelo outro. Nós nos agarramos a Deus e defenestramos quem não nos é igual. Gritar "a-ha, u-hu, Jesus Cristo é nosso!" me deixa indignado, porque você toma para si uma coisa que é coletiva; uma entidade que é por natureza presente em tudo torna-se algo, como já disse, "engaiolado", delimitado por algumas pessoas que dizem que Deus é só deles.

Uma vez, não sei quando, ouvi dizer que os Estados Unidos da América é um país próspero porque Deus estava lá na sua construção. Será que Deus não estava lá antes? E não está fora de lá? É so onde há "prosperidade" que há Deus? Será que Deus não se tornou uma justificativa do sistema capitalista para explicar que só ha Deus onde há lucro?

Eu praticamente estou desiludido com as religiões cristãs. Não porque não acredite em Jesus, muito do contrário (muita gente acha que o fato de não se acreditar no Cristianismo como o vemos hoje, quer dizer que não se acredita em Cristo... tenha dó: uma coisa é uma coisa, outra coisa...). Pois é, infelizmente o quemos aí é mais uma sustentação da ética capitalista do que busca ao Senhor Salvador...

Que Deus tenha piedade de nossas almas...

8.4.06

Ah... ah... abandono...

Bem, muito tempo depois de eu praicamente abandonar este blog, tento retornar.
Nem que seja por um pequeno instante...

Velho, isso daqui estava cheirando a mofo... Nossa mãe...

Pois é, este blog demosntra claramente a quantas anda a minha criatividade de escrever: mofada, passada, ultrapassada.

Percebe-se que preciso de uma renovação. Nem tenho muito pra falar... Vou tentar me inspirar e depois eu volto. Não sei quando.

1.4.06

Horizonte distante

Se fico a imaginar o que pode acontecer num futuro próximo, a minha imagina ção fica mais fértil e psicodélica se ouço algumas músicas.

Se escuto The Riverboat Song (do Ocean Colour Scene), viajo loucamente tentando me imaginar nas freqüências da guitarra e no ritmo da bateria.

Se ouço Plush (STP)... Não queira me ver. Pareço um insano, maluco, viajando e me imaginando "where ya going for tomorrow"...

Mas tem uma coisa que, pelo menos hoje, fez-me pirar como um anestésico forte. Posso estar exagerando, mas É de lágrima dos Los Hermanos me deixou com uma sensação que fazia tempos que não sentia: a leveza da inocência, da simplicidade. Um psicodelismo que me fez viajar errado pelas minhas trilhas do passado.

É de lágrima que faço o mar pra navegar
Vamo lá
Eu não vi, não, final
Sei que o daqui teimou de vir tenaz assim
Feito passarim
É de mágica que eu dobro a vida em flor
Assim
E ao senhor me iludir
Manda avisar que esse aqui
Tem muito mais amor pra dar

Será impressão minha ou o mais recente CD dos Loser é carregado de um sentimentalismo do qual eu me identifico?
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"Tem muito mais amor
pra dar"... Que irônico...

18.3.06

A propósito...

Tema de fundo:
Secos & Molhados – Assim Assado

Já estava na hora mesmo de eu reativar este blog. Não sabia como fazê-lo, já que passo por um momento de falta de criatividade intensa. Causada basicamente por dois motivos.
Primeiro, foi o afastamento da turma. Talvez longe da movimentação típica da Casa Verde, os assuntos me faltavam, e eu lá sabia o que ia escrever.
Segundo, sou eu mesmo. Este ser, "filho do carbono e do amoníaco", como diria Augusto dos Anjos. Ainda teimo em me achar um monstro de escuridão, de rutilância, algo que para os outros é deveras assustador. O que me impede, de certa forma, de me expressar verbal e não-verbalmente.

Mas mudando de assunto...

Faltam seis meses para o fim "teórico" da Casa Verde. Teórico no sentido de a turma não mais poder se encontrar sistematicamente todos os dias na mesma hora e no mesmo local. Na prática...
Na prática, acredito que não haverá grandes dissociações. Talvez isso enriqueça e fortaleça o sentimento casaverdense de ser e, quando houver reencontros, a turma matará as saudades, e as más impressões serão, quiçá, retiradas.
No mais, já temos quase um mês de atividades em andamento. Mas o que importa é o churrasco que daremos aos calouros. Só não sei qual dia que é... Alguém?


Eis nossos amados calouros-burros... Logo após o trote...


No mais, buona fortuna!

18.2.06

I'm back...

E o Corvo retorna. Com uma pequena mensagem...

AOS NOVATOS

Sejam bem-vindos a este novo mundo que os aguarda. O Corvo, ao retornar do seu descanso, recomenda:

Tomem cuidado com as aparências.
Conversem com seus veteranos. Eles sabem o que falam. E são gente-fina... O trote é brincadeira. Não o "levem a sério".
Aproveitem a estada. Tudo é passageiro, limítrofe.
A Casa Verde quer recebê-los de braços abertos. Sejam cordiais. Nós seremos.
Não se estressem por pouco. Nem por muito.
Dona Carmen? Ih, isso passa... Delfim? Aguarde o final... Paulo B? Com ele é a fonte.
Aproveitem os lugares-comuns. Do primeiro ao quarto andares.
Aproveite a FAFICH. Esta será sua casa por dois terços do dia.
Jogue sinuca. Mate aula de vez em quando. Faz bem para o coração e para o convívio social...
Não gastem todo o seu dinheiro com xerox.
Vá pelo menos uma vez na vida ao Milharal, ao CAHIS e ao DA. E não se esqueça do Cabral.
O CEU aguarda vocês.
Joguem truco e liberem suas energias contidas.
Mas não abusem: tudo em excesso causa marcas e mágoas.
Não se iludam por completo: nada é como parece ser. As aparências...
Se há status, esqueçam-no de vez em quando e lembrem-se que vocês também são mortais.
Aproveitem e cultivem amizades: por mais piegas que isso pareça, é fato.
Se joguem!
E tenham um bom semestre!

22.12.05

O último vôo do corvo (2005)

Pois bem, pessoas... Enfim 2005 é acabado. E 2006 chega com uma nova sorte de novidades.

Passado o Natal, após o Réveillon - e o Dia Mundial da Ressaca, 1° de janeiro - , o Corvo vem desejar a todos um novo ano com mais calma, paz e tranqüilidade. Nesse último vôo de 2005, quer o Corvo, agora, depois do pouso, descansar para retornar em 2006 com ares renovados. O Corvo descansa para poder voar mais do que voou em 2005. Depois de tanta confusão... 2006 vai ser agitado. É melhor que eu me deite...

O rei chegou
E já mandou tocar os sinos
Na cidade inteira
É pra cantar os hinos
Hastear bandeiras
E eu que sou menino
Muito obediente
Estava indiferente
Logo me comovo
Pra ficar contente
Porque é Ano Novo

(...)

E quem for cego veja de repente
Todo o azul da vida
Quem estiver doente
Saia na corrida
Quem tiver presente
Traga o mais vistoso
Quem tiver juízo
Fique bem ditoso
Quem tiver sorriso
Fique lá na frente
Pois vendo valente
E tão leal seu povo
O rei fica contente
Porque é Ano Novo

(Chico Buarque, Ano Novo)


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Deus nos pode brindar com um ano diferente, melhor. Basta querermos.


VEM QUE VEM, 2006!

5.12.05

Fim do ano - retrô

Falta menos de um mês para o fechamento de 2005. Foi um ano bastante cheio.

Janeiro: segunda etapa do Vestibular. O povão todo entrando de férias e eu, como nunca tinha feito, ralando feito um condenado para garantir minha vaga na UF. Bem, foi difícil. Mas janeiro terminou com a confirmação de que todo aquele esforço não foi em vão...

Fevereiro a Julho: praticamente desocupado dos estudos, nesses cinco meses antecedentes à minha entrada na faculdade, trabalhei para ter ao menos uma ocupação para o meu cérebro - já bem diz o ditado: "Cabeça vazia é oficina do diabo". Por cinco meses, trabalhei de office-boy num escritório. (Daí respondo a pergunta de como é possível eu conhecer tanto a cidade...)

Agosto: novidade. A Universidade abria as portas para que eu adentrasse à Casa Verde, meu novo reduto de concentração. A oportunidade de poder ter vida nova em um novo ambiente de estudo fazia-se possível. Sim, poderia recomeçar...

Agosto a Novembro: estudos, provas, PatriHouses, CEU, Na Canga, Cabral... Tudo isso virou rotina do curso. As festas ocorriam simultaneamente à rotina frenética do curso de Comunicação, repleto de provas, fichamentos, Dona Carmen, etc. Nada que pudesse, aparentemente, abater os ânimos da sala. É, foi uma boa época...

Dezembro: fim do ano. Fim de carreira? Talvez para alguns, que se consideram derrotados e fracos. Cansados? Todos nós estamos. Mas, quem sabe, isso não é motivo para estresse desnecessário. A Casa Verde ficará sem se ver por mais ou menos dois meses. Com erteza, a saudade vai bater. MSN de nada adianta quando o negócio é ver o outro face to face, cara a cara.

É... 2006 bate freneticamente à nossa porta. Vamos ver no que dá: ano novo, vida nova... E aquele bando de clichês de sempre pra vocês também!

27.11.05

Itatiaiuçu me prende a atenção.

Talvez seja a parte mais bonita da viagem de alguém para São Paulo. E, com certeza, é a mais perigosa. A Serra de Itatiauçu, ao mesmo tempo que encanta, engole seus passantes mais desavisados. Principalmente aqueles que ficam a admirar a rocha principal e se esquecem de que estão guiando um carro.

Sempre que pego a BR-381 sentido Sampa, alguma coisa naquela serra me chama a atenção. Talvez a sinuosidade proposital da estrada para evitar aclives muito acentuados. Talvez a mineradora que lá se instalou para buscar a matéria-prima do nosso dia-a-dia, o minério. Só sei que, ao começar a subida, a pedra principal, aquela, mais alta, parece me encarar. E sinto um tom de desafio quando ela faz isso comigo. À medida que me aproximo da rocha, à medida que a altitude aumenta... O encaramento aumenta. A emoção sobe à flor da pele. A ascensão contínua daquela viagem, ao se chegar no "pico"... São tudo momentos somados da expectativa de se transpassar tal obstáculo, tal "muralha natural". Uma muralha que já derrubou vidas, e quase sou mais uma vítima dela, mas isso em tempos passados.

Se em todas as minhas viagens por essa Minas apenas senti tal encantamento por Itatiaiuçu, não sei como explicar a mágica do efeito dessa montanha. Se eu gosto de ir visitar meus primos, meus tios por causa do morro, sei lá se isso è vero. Acabo de perceber, em mais uma viagem pela Fernão Dias, que aquilo que mais me causa medo e pavor também me encanta.


Nem tão longe que eu não possa ver
Nem tão perto que eu possa tocar
Nem tão longe que eu não possa crer que um dia chego lá
Nem tão perto que eu possa acreditar que o dia já chegou

Se eu pudesse, ao menos
Te contar o que se enxerga lá do alto
Com céu aberto, limpo e claro ou com os olhos fechados
Se eu pudesse, ao menos, te levar comigo lá

Pro alto da montanha, num arranha-céu
Pro alto da montanha, num arranha-céu
Sem final feliz ou infeliz...atores sem papel
No alto da montanha, à toa, ao léu

Nem tão longe, impossível
Nem tampouco lá... já

No alto da montanha, num arranha-céu
No alto da montanha, num arranha-céu
Sem final feliz ou infeliz...atores sem papel
No alto da montanha, num arranha-céu
(Engenheiros do Hawaii, A montanha)
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Apenas um post de cunho poético, talvez reflexivo, mas muito pessoal.