Monopólio espiritual.
É isso mesmo. Pode parecer palhaçada, mas o que vou explanar aqui é ´serio.
Parece que as religiões, em si, querem monopolizar Deus. "Só há Deus aqui!", dizem umas. E isso me irrita. Irrita porque acredito que Deus jamais se subordina a vontade alheia humana de ser delimitado e"engaiolado" num círculo social fechado ao qual denominamos igreja(s).
Coitado do padre Pinto, aquele padre que fez uma espécie de sincretismo religioso na paróquia que "comandava". Numa festa de Dia de Reis, quis fazer missas baseadas em rituais indígenas, portugueses e negros. Por se tratar de um padre, um sacerdote subordinado à Igreja Católica Apostólica Romana, talvez esteja ele errado, segundo essa instituição, de tentar tal mistura. Segundo a Igreja Católica, o padre está errado. Segundo a concepção de seus paroquianos, não: e eu, de certa forma, concordo com estes porque não existe mais no Brasil uma coisa pura, de essência definida. Somos, ao mesmo tempo, pretos, pardos e brancos. Somos, portanto, católicos, protestantes, espiritualistas, devido à influência de muitos povos.
Não sei se estou certo, mas ter uma religião definida possa significar segregacionismo. Passamos a olhar o outro não como Jesus Cristo olhava aos seus fiéis, mas como se fôssemos Pilatos lavando as mãos pelo outro. Nós nos agarramos a Deus e defenestramos quem não nos é igual. Gritar "a-ha, u-hu, Jesus Cristo é nosso!" me deixa indignado, porque você toma para si uma coisa que é coletiva; uma entidade que é por natureza presente em tudo torna-se algo, como já disse, "engaiolado", delimitado por algumas pessoas que dizem que Deus é só deles.
Uma vez, não sei quando, ouvi dizer que os Estados Unidos da América é um país próspero porque Deus estava lá na sua construção. Será que Deus não estava lá antes? E não está fora de lá? É so onde há "prosperidade" que há Deus? Será que Deus não se tornou uma justificativa do sistema capitalista para explicar que só ha Deus onde há lucro?
Eu praticamente estou desiludido com as religiões cristãs. Não porque não acredite em Jesus, muito do contrário (muita gente acha que o fato de não se acreditar no Cristianismo como o vemos hoje, quer dizer que não se acredita em Cristo... tenha dó: uma coisa é uma coisa, outra coisa...). Pois é, infelizmente o quemos aí é mais uma sustentação da ética capitalista do que busca ao Senhor Salvador...
Que Deus tenha piedade de nossas almas...
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