22.10.05

Responsabilidade - parte 02

Não é todo dia que se vota um referendo. Aliás, esta é a primeira vez na História do Brasil que acontece uma votação para ratificar ou refutar uma lei aprovada previamente. Sempre o que se vê são os PLEBISCITOS que, ao contrário dos referendos, vêm a perguntar para a população se tal idéia é válida e pode ser votada como lei.

Voltando à questão da mídia, o que a revista Veja fez, em se tratando de material jornalístico, foi uma puta sacanagem, pois, dessa forma, ela não abre o verbo para o diálogo das partes. Segundo essa revista, o alinhamento ao não deve-se pelo fato de somente haver um lado da questão, não dois; diz seu editorial que o referendo é inconstitucional, que vem a violar um direito constitucional que é o da legítima defesa. Ao se abdicar desse direito, abdica-se da Constituição. Foi isso que Veja deu a entender, pelo menos para mim, não sei se é a interpretação correta.

O fato é: sejamos sinceros, o que a Veja foi, em se tratando de jornalismo, foi uma merda! Averiguar apenas um lado da situação não é Jornalismo, é Intervencionismo Ideológico: é querer intervir nas idéias dos mais indecisos e forçá-los a aderir a seu movimento. Trata-se muito mais de marketing do que de investigação. Não vim aqui para acusar a Veja e ficar defendendo as outras mídias. Do contrário.

Essa bagunça em torno da Veja só veio por que ela resolveu se alinhar ao oposto do que vem acontecendo com a mídia, que é alinhar-se ao sim. Se eu citei a revista de maior circulação nacional como "exemplo" do não, cito a REDE GLOBO como a principal mídia polarizadora do sim. Não me venha com essa história de que foi por livre e espontânea vontade porque não foi. Acaso você viu algum global se pronunciar pelo não? (Isso me lembra uma charge do Quinho, que eu vi ontem numa banca de jornal: uma artista, supostamente global, dizendo diga não às armas e, em sua volta, uns seguranças mal-encarados e empunhando armas visivelmente. Que paradoxal...)

Aí vem uma pergunta na minha mente que não quer calar: será que toda a mídia se uniu e decidiu apoiar, mesmo que sutilmente, o sim por uno consenso, ou foi a partir do momento em que a Globo se pronunciou pró-desarme?
(Engraçado... Não vi a Isto É tem muito tempo...)


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Pessoal, amanhã é o dia. Lei seca a partir das 04h da manhã até 20h. Iremos, ainda que a contragosto, mas fazer o quê, né?...

19.10.05

Responsabilidade

Enfim, o dia 23 está chegando.

Nessa data, definiremos o destino do comércio de armas e munições no Brasil. Não tem como não postar nada aqui sobre isso, é o assunto em voga. E, como tudo em voga, deve ser pautado, paulatinamente ou não.

Independentemente da sua posição, gostaria de refletir sobre as campanhas que estão sendo exibidas na tevê e executadas no rádio.

Há todo um apelo de cunho pessoal em ambas as campanhas. Parece que as linhas querem nos pegar pelo emocional, não pelo racional. O discurso feito pelo sim e pelo não estão se mostrando bem fracos em contraponto à gravidade do assunto. É visível que as duas frentes estão desarticuladas, e a mídia, altamente tendenciosa.
Em vez de abrir um diálogo aberto numa tentativa de tentar "clarear" as idéias da população, o que se faz é um autoritarismo ideológico. Pode ser que esse termo, autoritarismo, seja meio forte para o que quero dizer. Pode ser para você. A mídia impõe sua opinião ao invés de dialogar com as partes. Segundo Marcelo Beraba, o ombudsman da FSP, "A primeira coisa a se pensar é que a mídia em geral vem fazendo a campanha pelo sim há muito tempo. A campanha para desarmar a população está ligada hoje à questão do plebiscito, do referendo, então não é uma campanha que tenha começado agora."
Em contraponto, lá vem a veja querendo ser o do contra. Mas parece que é essa sua linha editorial. Não vou discutir isso aqui. Quero apenas discutir sobre quão irresponável a imprensa tem sido, quão manipuladora, e não informadora, quão insensata em psicologicamente adotar uma posição, e fazer com que os outros a considerem correta.

Realmente, a responsabilidade é enorme, mas seja ético. Como diria o Bruno Pettersen, faça com que sua atitude seja tal que todas possam repeti-la (é mais ou menos isso). Seja pelo sim, seja pelo não, não se deixe levar por influência midiática. Deixe-se levar pela sua ética.

Seja responsável; dia 23 é o próximo domingo.

15.10.05

Ilusões de Ótica.

Que nem tudo é como parece ser... isso é fato. O problema é quando nos esquecemos disso e queremos ver o que vemos no imediatismo do "como vemos", linearmente falando.

Não sei se é um bloqueio que existe no homem, de querer interpretar as coisas assim como ele vê. Não percebemos nós que, por trás de uma imagem, aparentemente simples, esconde-se um segredo. Ou uma ilusão.

Parece que carregamos tal imediatismo na nossa vida diária. Tudo que nos surge, interpretamos de uma forma única, sem outro viés, sem outras rotas. Tudo, de certa forma, padronizado. Acabrestado. Único. Tudo que vemos, interpretamos da maneira que vemos. E nunca investigamos um outro possível "porquê" para tal fato.

Certo é que sempre nos enganamos com tais ilusões de ótica. Mesmo que intuitivamente. Mas será que não haveria outra forma de convivência a não ser essa forma ilusória, digamos assim? Tá certo, erros, "todos nós" cometemos. Por não nos aprofundarmos na questão, no fato; quem sabe, possamos agora parar de enxergar tudo de uma só forma. A figura do post que o diga.





















I see trouble up ahead
Where the river boat swayed beneath the sun Is where the river runs red
I see double - that's my trouble.
(Ocean Colour Scene - The Riverboat Song)
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A bem da verdade: o que é real e o que a gente vê?


13.10.05

Uma fantástica viagem ao mundo da Fantasia.

Sim, sonhei esta noite. Além do sono, veio o sonho.

Sonhei que era mais do que poderia ter “sonhado” ser. Era determinado, forte, altruísta. Era um outro alguém, que não se envergonhava de seus erros e que só fazia coisas boas para as pessoas ao seu redor. Era uma pessoa, por isso, popular.
Sonhei que eu era um mestre na argumentação. Conseguia refutar todos os argumentos que eu considerava contrário ao que eu achava, e ainda angariava adeptos para as minhas mais locas idéias. Sim, eu me tornara um Sócrates, em pleno século XXI, rei da retórica e com boa base para te convencer das minhas idéias.
Sonhei que eu era um cara muito requisitado por todos, principalmente todas. A minha formosura atraía à distância uma porção de mulheres que queriam me conhecer, pegar meu telefone, manter contato comigo. Lógico que não apenas minha beleza física chamava a atenção, mas minha inteligência sem par e articulada. “Vamos sair, gato?” “Me liga, to te esperando”, coisas assim.

Sim, sonhei... E não foi pouco... E continuarei a sonhar, se me permitirem...






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Observação: Aproveitei o embalo: já que ontem foi Dia das Crianças, eu, como toda criança, também tenho o direito de sonhar...

12.10.05


Este post é dedicado a elas. Pessoas que um dia todos nós fomos.

Coisinhas especiais, anjos divinos, enviados celestes.

Pequenos seres que nos alegram e deixam nossa vida menos cinzenta.

Para todos nós, sem exceção, FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!

10.10.05

Hora da sesta.

Tudo que eu mais preciso neste momento é descansar. Ando vivendo numa turbulência tão grande de compromissos e trabalhos e mais coisas que....

Eu preciso descansar.
Preciso tomar um tempinho só para mim, eu e eu mesmo. Isso pode parecer uma atitude anti-social, mas... Cá entre nós, de vez em quando você não se sente assim?

Apenas um canto no seu quarto já te satisfaz. Não precisa ser algo extremamente esplendoroso, pode ser até a varanda do quarto andar da FAFICH. Não precisa de luxo, desde que seja um momento apenas seu.

Descansar: a palavra que mais se ouve e menos se pratica. Um dos três desejos primários do homem. Um desejo que anda em excesso, uma realização que anda em falta.

Ainda sinto falta da sesta do meio-dia...

Em sã sonolência, me despeço, pedindo a Deus que dias de descanso venham logo.


"Um velho calção de banho
Um dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar
Depois na praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de coco"

Toquinho e Vinícius, Tarde em Itapoã

9.10.05

Desorientados(?)

Acaso estaria eu desorientado? perdido em uma turbulência mental devastadora?

Estarei eu ficando louco demais da conta?

Estarei enxergando além do que os olhos vêem - numa atitude meio Karoline, de Poltergeist?

Ou será que isso é só cansaço, esgotamento mental, que me faz ver "miragens"

OLHA LÁ! Mais um a caminho... Bom, pelo menos não é só eu que está ficando assim...

Para onde olharemos, se na nossas vistas está uma tela de PC e, nela, o desenvolvivento de mais um FICHAMENTO!!! Parece que toda a Casa Verde está vivendo uma paranóia imaginária. Mas é mais real que se pensa... Dona Wilma é castigadora. Fichamentos, fichamentos, mais um por vir... Argh! E tudo está apenas começando...

Hoje, domingo, um solão de rachar... E nós aqui, trancafiados em frente ao PC, por causa disso.

Loucos, insanos, desorientados... Essa é a vida que escolhemos(?)

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PS. Este post foi inspirado no de Dé Campos na Tribuna do Juarez.

8.10.05

Today is just a song.

Esta música, do Stone Temple Pilots, traduz um pouco dos meus sentimentos de ultimamente. É fim de ano, uma época de festas e de muita tristeza, pelo menos para mim, porque 2005 foi muito marcante. Tudo recomeçou com a Casa Verde, e tudo tende a ser um ciclo contínuo. Sei lá, aconteceram tantas coisas que... A música fala por si.

Perdão se não tenho imagem hoje. Eu quis, hoje, fazer um post mais enxuto.
Abraços, com saudades de algumas pessoas...



STONE TEMPLE PILOTS - PLUSH

And I feel that time’s a wasted go
So where ya going to tomorrow?
And I see that these are lies to come
Would you even care?

And I feel it
And I feel it

Where ya going for tomorrow?
Where ya going with that mask I found?
And I feel, and I feel
When the dogs begin to smell her
Will she smell alone?

And I feel, so much depends on the weather
So is it raining in your bedroom?
And I see, that these are the eyes of disarray
Would you even care?

And I feel it
And she feels it

Where ya going for tomorrow?
Where ya going with that mask I found?
And I feel, and I feel
When the dogs begin to smell her
Will she smell alone?

When the dogs do find her
Got time, time, to wait for tomorrow
To find it, to find it, to find it
When the dogs do find her
Got time, time, to wait for tomorrow
To find it, to find it, to find



6.10.05

The shits we do.

Quem nunca fez merda em tempos passados que fale agora ou se cale para sempre.

Sempre existe alguma coisa que fizemos e que, às vezes, nos persegue. Sempre existe algum resquício de besteira em nosso ser que repercute pela nossa vida. Algumas pessoas conseguem superar tais "mágoas" e seguem em frente, tocando o barco freneticamente. É uma atitude um tanto quanto insana de se desancorar e velejar para alto-mar, para o esquecimento daquilo que condena a pessoa. Já outros...
Outras pessoas vivem de se lamentar de erros passados. Passam a viver temerosamente, com medo da repetição do fato. Escondem-se, fogem, medrosas de encarar a realidade que as perturba e começar de novo...

Talvez esse seja o pior erro de quem erra: esconder-se. De nada adonata isso, já está consumado... O melhor é admitir o erro e bola para a frente. Ou não? Alguém discorda?

Sim, já fiz merda, e não foi pouca. Me ferrei muito mesmo... Mas tento tirar lição de tudo. Talvez eu devesse recomeçar, esquecer tudo... Como diria um cantor das antigas, Noite Ilustrada:

"E eu vou esquecer de tudo
As dores do mundo
Não quero saber quem fui
Mas sim quem sou."
Se meu passado me aprisiona, farei de tudo para que meu presente me liberte!

4.10.05

The time will go on...


Passou agosto... E setembro...
Velho, já é outubro! Só me dei conta do fato mesmo hoje, quando olhei meu calendário do guarda-roupa. Já se passaram dois meses desde que adentrei à Casa Verde. Já faz nove meses que fiz vestibular... Tem quase um ano que formei no colégio!... É muito tempo...

Agora percebo quão rápidas as coisas andam. É um velocidade tão intensa que não consigo acompanhar. Por mais que eu tente, ele me deixa para trás. Estará o tempo... fugaz?

Engraçado que, quando éramos mais novos, parecia que o tempo corria mais lentamente... Ou será que essa aparência se devia ao fato de não possuirmos "preocupações" na infância? Relembre seus velhos tempos: nada era tão rápido quanto agora. Antes, éramos crianças que mal ou nada sabiam o significado do vocábulo "tempo". Hoje, essa palavrinha é um puta incômodo: "Ah, não tenho tempo", "Se eu tiver tempo", "Só me falta tempo"...
Tempo, tempo, tempo... A race against the clocks...

Já que é assim...
Já que o tempo nos persegue incessantemente, sem piedade; já que o tempo resolve nos enfrentar à medida que envelhecemos; já que o tempo resolveu ser impecilho às nossas realizações masi íntimas... Já que ele nos é inerente, que possamos saber conviver com ele, porque, de certa forma, não podemos viver "atemporalmente". Enquanto ele não nos pega de uma vez, vivamos nossa vida.
Por isso, carpe diem.

3.10.05

Não tome partidos.

Suspenda seu juízo. É a melhor coisa que você pode fazer, por enquanto.

Pensei que sempre que eu quisesse poderia tomar partido em certos assuntos. Dar palpites seria, para mim, como forma de tentar visualizar uma saída para o problema. Tomar partidos em algumas coisas podem marcar as pessoas negativamente. Eu que o diga. Quantas vezes me expus ao declarar veladamente as minhas opiniões...


Tento, mas não cos]nsigo ficar neutro. Ainda que minhas opiniões tivessem sido tolhidas na minha "infância", percebo que a melhor coisa é ficar calado. Mais do que já sou. Mas não é um calado de "quieto", é um calado de "isento".

Se isso é a melhor coisa a se fazer... Não sei, me isento disso.
Se estou certo ou estou errado, não sei, me isento disso.

Eu considero essencial opinar. Eu disse EU. Sempre quero dar "pitaco", palpite, mas vejo que isso pode ser mal às vezes. Quem sabe se eu me ausentasse às vezes...

Enfim, não tome partido a torto e a direito. Quem sabe se você não sai "no lucro" ao suspender seu juízo...

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P.S.: Em outra data discuto sobre o que eu realmente queria falar.

1.10.05

A morte...


Há duas semanas passei por um momento muito difícil. Posso ter ilustrado aqui a morte com a personagem do Maurício de Sousa, mas é só para quebrar o clima horrível que é se falar disso.
Quatorze de setembro. Chegava em casa às 22h30. Eu tinha que dormir, ia ter avaliação no outro dia. Já na cama, percebi que meus pais ouviam um recado na secretária eletrônica. Não dei importância, "amanhã eu ouço". E fui dormir.
Dia seguinte, quinze de setembro. Acordo, tomo banho e vou à secretária para ouvir o recado, mais ou menos assim:

"Tia Vera [minha mãe], tô ligando pra avisar que morreu a filha do Paulo, a Cláudia." (Paulo é primo da minha mãe.)
Mas que merda! Eu não conseguia acreditar no que acabara de ouvir... A voz era da minha prima Juliana. Não consegui aceitar: uma das pirmas que eu mais estimava, a Cláudia acima citada, acabara de morrer... E não aceitava...
Depois do susto, o choro. Eu chorava por dentro, existia agora um vácuo por tal perda. Lastimável. fui assim pra faculdade, trêmulo e atarantado. Desabafei. Foi quando chegou um amigo e me disse que certas coisas acontecem por que têm que acontecer. Pois é, só Deus sabe o que faz...
Esse fato me fez pensar por que abominamos a morte. Sabemos que ela é a única certeza da vida. Sabemos que ela faz parte da vida. Sabemos que elá virá, mais cedo ou mais tarde... Então, por que ainda queremos nos distanciar dela se ela mais hora menos hora nos alcança? "A morte é limpa. Cruel mas limpa.", diria Henriqueta Lisboa.
Fico ainda meio constrangido em falar de morte. E quem não fica? Quem não passa cagaço quando alguém próximo se acidenta feio? Já aconteceu comigo. Quem é que não passa cagaço ao ver a vida passar diante dos olhos? Já aconteceu comigo. Duvido que você nunca passou por pelo menos uma dessas situações.
Nós temos uma visão muito negativa da morte. Em vez de sentir o medo dela chegar, que tal aproveitarmos cada instante que temos aqui? Vamos aprender a viver, a morte é conseqüencia natural da vida. Vamos viver, pois cada momento é efêmero, passageiro.
Por isso, carpe diem.
Na morte nos encontraremos.
Sim, na morte.
Tempo de consórcio e vínculo.
(...)
Sem palavras ne sentimentos.
Com simplicidade suprema.
Na morte, Henriqueta Lisboa,
in Flor da Morte.